Foto: Claudio Belli/Valor Em audiência na Câmara, Rubem Novaes se disse favorável à medida, mas lembrou que Bolsonaro já se posicionou contra a venda (Por Estevão Taiar)

O presidente do Banco do Brasil (BB), Rubem Novaes, descartou nesta terça-feira a privatização da instituição financeira, afirmando que ela é um "assunto encerrado".
Ele se disse favorável à medida, mas lembrou que o presidente da República, Jair Bolsonaro, já se posicionou de maneira contrária à venda.
"A privatização do banco é uma decisão política. Todo mundo sabe da minha opinião, da opinião do ministro [da Economia] Paulo Guedes. Mas o presidente [Bolsonaro] já disse que não vai privatizar", afirmou em audiência pública na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados.
Novaes afirmou que valorizações de quaisquer empresas públicas com capital aberto são normais quando há a cogitação de privatizações.
A audiência está sendo realizada para debater os planos estratégicos do BB, inclusive uma possível privatização.           

Novaes lembrou que uma eventual privatização da instituição financeira precisaria passar pelo Congresso, o que seria um empecilho a mais. 


O presidente do BB afirmou que, desde fundação do banco, o governo "mais atrapalhou do que ajudou" a instituição financeira.

"Fazendo um saldo histórico, o governo mais atrapalhou do que ajudou o Banco do Brasil", disse.

Na audiência, Novaes destacou avanços recentes do banco, como uma "rentabilidade muito próxima à dos nossos concorrentes privados" e a oferta secundária de ações realizada recentemente, classificada por ele como "um sucesso absoluto".

O executivo ainda destacou a necessidade de o BB focar em seu "core business". Também chamou a atenção para a necessidade de o banco se tornar cada vez mais digital.

Selic e taxas de mercado 
O presidente do BB reconheceu que as taxas de juros do mercado de crédito não têm acompanhado a queda da Selic na mesma magnitude. "Isso realmente é um problema", disse.

Segundo ele, fatores como custos, depósitos compulsórios e retomada de garantia estão entre os que afetam os juros para o consumidor final.

Por outro lado, Novaes afirmou que "as taxas de juros não são altas por falta de concorrência".

"O BC está agindo muito forte em termos de estimular concorrência", afirmou. "Há um número enorme de médios e pequenos bancos, fintechs, cooperativas agrícolas [no mercado]", disse.

Ainda durante a audiência, o presidente do BB disse que o banco pretende aumentar em 10% o seu financiamento da próxima safra rural.

“O financiamento da agricultura para nós é um grande ativo, não é um encargo”, afirmou. (Fonte: Valor Econômico)

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