Foto: Freepik Decisão coloca pressão por metas entre os empregados e prejudica combate à pandemia de coronavírus

(William De Lucca) A direção da Caixa anunciou nesta semana que retomará os processos seletivos internos (PSI) para a promoção de empregados neste próximo período. O problema é que os PSI colocam sobre os bancários uma pressão extra para que metas sejam batidas, ainda que durante a pandemia de coronavírus, quando os resultados não podem ser comparados com tempos de normalidade econômica e de saúde pública.

A decisão vai de encontro com a promessa que o banco havia feito de não aumentar a cobrança de metas durante a pandemia, o que tem sido relatado sistematicamente por empregados da Caixa. Com a retomada dos processos seletivos, aumenta ainda mais a pressão, porque o trabalhador será responsabilizado por não ter sucesso no PSI caso não bata as metas.

"É uma forma de amarrar a pressão que já havia começado sobre gerentes e funcionários, o que vai contra o que a Caixa acordou com o Sindicato e as entidades", critica o dirigente sindical e empregado Caixa, André Sardão, dizendo que o movimento sindical exige a suspensão dos PSI, das transferências e das metas durante o período de quarentena.

Ele ressalta que beira o absurdo retomar os processos seletivos neste momento em que diversos trabalhadores que estão afastados do trabalho presencial por fazerem parte de grupo de risco e que, por isso, serão prejudicados nas chances de sucesso.

Mais dificuldade
Como se isso já não fosse o bastante, a Caixa ainda adicionou pontuações que não estão nem no normativo do banco, de modo que as pessoas precisam ter, por exemplo, pós-graduação para atingir uma boa pontuação. A pós vale 35% da nota e faz parte do sistema de pontuação chamado SCORE. "São exigências a mais, além do que está normatizado. Quem não tem pós, terá de redobrar os esforços para bater metas para ter chances".

"Somos contrários a qualquer movimento no sentido de enfraquecer o distanciamento social, tanto que no passado as metas foram suspensas por pressão das entidades sindicais. A estrutura agora tem que estar a serviço do combate ao coronavirus, com nossas atividades essenciais. A pandemia não acabou, as UTIs estão lotadas em muitas cidades e a Caixa vai tomando medidas como se estivéssemos em período de normalidade", diz o dirigente. (Fonte: Seeb SP)

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