Foto: DivulgaçãO Demissões não tiveram justificativa real e incluíram pessoas com deficiência e trabalhadores com resultados positivos

(William De Lucca) O Banco Carrefour segue sua trajetória de insensibilidade para com os trabalhadores durante a pandemia de coronavírus e continua demitindo na maior crise de saúde pública da nossa época. Segundo o banco, o número de demitidos foi de 36, mas os funcionários relatam que o número de desligamentos foi bem maior, podendo chegar a 50.

As demissões sem justificativa plausível envolveram pessoas com deficiência e empregados que, mesmo durante a quarentena, seguiam batendo suas metas.

Além da falta de consciência social e da insensibilidade de demitir trabalhadores durante a pandemia, as desculpas criadas pelo banco e o modo com os desligamentos foram feitos tornam o processo ainda mais cruel.

Um dos demitidos voltou de afastamento médico no início da quarentena e foi trabalhar em home office uma semana depois do retorno. Mesmo no período de adaptação no retorno, conseguiu bater as metas estabelecidas pelo banco, ainda que com problemas na internet e no sistema do banco.

"No dia 10, tentei logar no sistema e não consegui e, na sequência fui chamado para uma reunião com meu coordenador. Fui demitido por vídeo-chamada, sob a justificativa de que eu não estava 'performando', o que não é verdade", disse o trabalhador.

As demissões sem nenhum respeito pelo trabalhador marcaram os desligamentos que o Banco Carrefour vem promovendo.

"Tinha uma reunião agendada com meu gestor e assim que liguei a câmera ele me demitiu, alegando que eu tinha baixa performance. No meu setor, as metas não foram reduzidas durante a pandemia e, ainda assim, eu continuava entregando resultados positivos. A justificativa é falsa", argumentou outra trabalhadora desligada pelo Carrefour.

A secretária geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Neiva Ribeiro, diz que a atitude do banco já seria repudiável em tempos de normalidade, mas que torna-se ainda pior durante a pandemia.

"O banco afirma que não vai reverter as dispensas e, a partir disso, o Sindicato insiste em uma negociação para garantir aos demitidos um ressarcimento, como a extensão de alguns direitos por um determinado período", explica a secretária. (Fonte: Seeb SP)

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