Obanco estatal já prevê reduzir o ritmo de crescimento dos empréstimos nesteano, em razão dessa menor disposição de recursos. Por isso, também fechouacordo com o Ministério da Fazenda para reduzir em quase à metade a parte do lucroque repassa anualmente ao governo.
Aindaassim, mantido o ritmo pretendido de aumento dos empréstimos (entre 22% e 25%),será imprescindível ao banco receber um novo aporte de dinheiro do governo em2015.
Estimativaspreliminares a que a Folha teve acesso indicam que a Caixa precisará de pelomenos R$ 2 bilhões, a partir de setembro do ano que vem, para fechar as contas.
Osrecursos são necessários principalmente para manter a solidez do banco. A cadaR$ 100 que a instituição financeira empresta, tem que manter pelo menos R$ 11em caixa. Em dezembro, mantinha R$ 15.
Seo governo não injetar novos recursos, o banco poderá sofrer um baque nessamedida de solidez.
Mais pressão
Essanão é a única fonte de pressão sobre a Caixa.
Comum crescimento mais lento da arrecadação de impostos, o governo está contandocom os repasses enviados pelas estatais ao Tesouro Nacional, como a Caixa, paracumprir a meta fiscal.
Mesmotendo combinado repassar menos neste ano, o banco já preparou um plano B, a seracionado caso a pressão do controlador por receitas aumente.
Comum primeiro bimestre negativo em termos fiscais (leia texto na pág. B1), hárisco de o governo exigir o pagamento antecipado de dividendos no primeirosemestre deste ano. Isso poderia agravar a necessidade de uma injeção dedinheiro novo na Caixa em 2015.
Nosbastidores, o banco prepara algumas alternativas para fazer frente à exigência,sem abrir mão de sua meta de ampliar empréstimos em até 25% neste ano -hoje carro-chefedas receitas da Caixa.
Cessão de crédito
Aprimeira delas é turbinar a cessão de crédito, por meio da emissão de Letras deCrédito Imobiliário. Com a venda desses papéis, que são lastreados emfinanciamentos imobiliários do banco, seria possível ampliar sua captação pormeios próprios.
Aestratégia daria à Caixa mais dois meses de sobrevida em 2015, sem novo aportedo governo. Outra opção é fazer emissões de dívida no mercado interno e noexterior. A previsão do banco é captar cerca de R$ 4 bilhões no mercado externoem 2014.
Aalternativa de buscar dinheiro lá fora, contudo, é mais difícil de ser acionadano curto prazo.
Porfalta de regulamentação do Banco Central, a Caixa não pode usar os recursosdessas captações para incorporar capital e elevar sua solidez.
Oobjetivo da Caixa é captar, ao todo, R$ 70 bilhões neste ano, um aumento de 43%ante o obtido no ano passado (R$ 49 bilhões). (Fonte: Folha.com)