Ainflação ao consumidor deve ficar acima do teto da meta oficial durantepraticamente toda a campanha eleitoral e alcançar o patamar mais alto do ano àsvésperas do primeiro turno.
Cálculosfeitos pela Folha com base em dados do IBGE e nas projeções de analistas domercado colhidas pelo Banco Central na pesquisa Focus mostram que o IPCAacumulado em 12 meses vai superar o limite de 6,5% em julho e só voltará aficar abaixo desse nível em dezembro.
OIPCA, usado como parâmetro para a meta de inflação, acumula alta de 5,68% nos12 meses encerrados em fevereiro. A meta oficial é de 4,5%, com teto de 6,5%.
Aprevisão do mercado é que no fim do ano ela esteja perto desse limite, em6,37%.
Entreas instituições que mais acertam as previsões na Focus, a estimativa para oIPCA em 2014 já está em 6,57%. Se isso ocorrer, será a primeira vez que a metade inflação será descumprida desde 2003.
Ogoverno também espera um pico inflacionário no terceiro trimestre. As projeçõesdo BC mostram um IPCA de 6,4% em setembro. Em dezembro, estaria em 6,1%, comquase 40% de chances de estourar a meta no fim do ano.
Desdedezembro, os índices de preços têm vindo acima do esperado. A situação seagravou em março com o que o BC chamou de "choque" no preço dos alimentos,por questões climáticas.
QUESTÃOELEITORAL
Doponto de vista eleitoral, esse é um ponto negativo para o governo, pois ainflação de alimentos é percebida mais rapidamente pela população, segundoArmando Castelar Pinheiro, coordenador de Economia do IBRE/FGV e professor daUFRJ.
Castelarafirma, no entanto, que a oposição terá de traduzir essa questão para umalinguagem que o eleitorado entenda. Ele diz que o governo pode ainda seguraroutros preços, como tem feito com a gasolina e a energia elétrica.
"Ainflação está alta. Não parece alta porque o governo está congelando preços àcusta da saúde financeira do setor sucroalcooleiro, da Petrobras e do setorelétrico."
Ogoverno, por outro lado, pode argumentar que não promoveu um combate maisefetivo da inflação para não prejudicar o emprego, segundo o cientista políticoda PUC-Rio, Ricardo Ismael.
Ainsatisfação da população com o desempenho da economia foi apontado como um dosfatores que derrubou a popularidade da presidente na pesquisa Ibope da semanapassada. No levantamento, os entrevistados mostraram descontentamento emrelação a inflação e emprego.
"Entreessas duas variáveis, talvez a que pese mais é o emprego", diz.
ParaIsmael, essa política econômica tem "data marcada para acabar" e osreajustes de preços virão após as eleições. Já Castelar avalia que não haverámudanças na política de combate à inflação nem mesmo em um segundo possívelmandato da presidente Dilma. (Fonte: Folha.com)



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