Na última quarta-feira (6), o IBGE (O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou oficialmente o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de agosto. A variação no mês foi negativa de - 0,03%. Com isso, o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 1,73%.
Consequentemente, o reajuste da categoria bancária será de 2,75%, já que o acordo de dois anos firmado ano passado assegura 1% de aumento real em 2017. O presidente da Federação dos Bancários do Paraná e do Sindicato de Cascavel e Região, Gladir Basso, cita que, de acordo com um levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), entre 300 categorias, 30 tiveram reajustes abaixo da inflação; para 91 foi igual ao INPC; 107 categorias conseguiram apenas 0,5% acima da inflação e 38 categorias entre 0,51% e 1% acima da inflação, que é o caso dos bancários.
Aumento real
Os bancários conquistaram o aumento real de 1% depois de uma longa greve de 31 dias em 2016, em um acordo de dois anos. Para 2017, o reajuste vai repor integralm ente a inflação (INPC/IBGE) e garantir mais 1% de aumento real nos salários e em todas as verbas. Desde 2004, os bancários conquistam aumento real de salários. Neste ano, o reajuste de 1% acima da inflação deve ser ressaltado não apenas pelo momento histórico do País, mas também por vir em um tempo de deflação, enquanto em anos anteriores o reajuste acabava sendo corroído pela inflação.
DEFESA DO EMPREGO
Outro avanço obtido com o acordo de 2016 foi a criação dos Centros de Realocação e Requalificação Profissional, previstos na cláusula 62 da Convenção Coletiva de Trabalho da Categoria. Os bancos deverão criar estes centros para, ao invés de demitir funcionários, requalificá-los e realocá-los em outros postos de trabalho.
O direito foi acrescentado na CCT da categoria nas negociações de 2016 e a redação da cláusula foi aprovada na última reunião do movimento sindical e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos. Uma das prioridades dos bancários deste ano é a defesa do emprego.
O comando nacional dos bancários entregou à Fenaban uma proposta de Termo de Compromisso com 21 pontos para proteção de empregos, de direitos históricos e de delimitação dos atos nocivos que podem advir da nova Lei Trabalhista (Lei 13.467/2017) e da Lei de Terceirização (Lei 13.429/2017) e de outras que ainda tramitam no Congresso Nacional. A Fenaban vai discutir o termo com os bancos para dar a resposta ao movimento sindical.
PLR E VALES
O reajuste de 2,75% também será válido para a PLR dos bancos privados e vales refeição e alimentação, além do auxílio creche/babá. Os novos valores já são válidos para os salários referente ao mês de setembro, a serem pagos em outubro. Já a PLR deve ser paga até o dia 30 de setembro.
O comando nacional dos bancários já solicitou aos bancos a antecipação do pagamento. Atendendo à solicitação, o Banco do Brasil, que tem um programa próprio de PLR, que independe do índice, já efetuou o pagamento da PLR aos funcionários no dia 31/08. O acordo de dois anos também garantiu o abono dos 31 dias de paralisação, sem a necessidade de compensação.