Os brasileiros estão guardando menos dinheiro neste ano do que em 2013. É o que revela pesquisa encomendada pela Serasa Experian ao Ibope Inteligência, que será divulgada nesta quinta (6), sobre hábitos de educação financeira do brasileiro.

Neste ano, apenas 57% dos entrevistados que ganham mais do que dez salários mínimos (R$ 7.240) mensais disseram que guardaram dinheiro nos últimos 12 meses. No ano passado, o percentual era de 76% dos respondentes. Os dados foram coletados no primeiro trimestre deste ano e no mesmo período de 2013.

O comportamento foi semelhante em todas as faixas de renda, segundo a Serasa. Entre aqueles com renda entre 5 e 10 salários minimos (R$ 3.620 e R$ 7.239), apenas 45% disseram que fizeram algum tipo de poupança, contra 59% do ano anterior.

Entre os que ganham até um salário mínimo (menos de R$ 724) e de 1 a 2 salários (R$ 724 a R$ 1.447), a faixa dos que pouparam neste ano é praticamente a mesma dos que guardaram no ano anterior: caiu 18% para 17% (renda de até um salário) e de 26% para 25% (1 a 2 salários).

Para especialistas, não houve desemprego ou queda na renda nominal relevante que justifique a poupança menor neste ano. Por esse motivo, o recuo na parcela economizada estaria mais ligada à inflação, que corrói o dinheiro disponível.

A última opção seria o direcionamento dessa poupança para o consumo e o desembolso para aquisições relevantes como carro e casa própria. No entanto, os economistas minimizam a relevância dessa tendência citando os indicadores fracos do varejo e do mercado imobiliário.

EDUCAÇÃO FINANCEIRA
A pesquisa da Serasa aponta ainda uma piora nos indicadores de educação financeira, especialmente entre os mais jovens, neste ano quando comparado com 2013.

O índice, chamado IndEF (Indicador de Educação Financeira), atribui uma nota de 0 a 10 para o nível de conhecimento e de educação financeira dos entrevistados. Quanto maior o índice, maior o nível de educação financeira.

Neste ano, o grupo de 16 a 17 anos apresentou queda em relação à nota do ano passado: de 5,9 para 5,5. Os brasileiros que têm entre 18 e 24 também caíram na comparação com 2013: de 5,9 para 5,8.

Para a criação do IndEF foram entrevistadas 2.002 pessoas maiores de 16 anos de idade, em 140 cidades de todos os Estados, incluindo capitais, periferia e interior. O Indicador é composto por três subíndices, com pesos diferentes na formação da nota: conhecimento (26% da nota), atitude (24%) e comportamento (50%).

Somente 3% da população atingiu nota maior que 8, considerada elevada. O primeiro nível, com nota até 5 e considerado insatisfatório, pegou 18% dos entrevistados. No nível 2 (nota entre 5 e 6), ficaram 32% dos brasileiros, enquanto o nível 3 (nota 6 e 7) outros 31%. No intervalo entre 7,01 e 8 (nível 4) encontram-se 16% dos consumidores.
Fonte: Folha de S.Paulo
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