Há 50 anos, 28 de agosto passou a representar, legalmente, a força e a luta da classe bancária. Com a promulgação da lei 4368/64, a qual instituiu o Dia Nacional do Bancário, a categoria se viu alimentada, ainda mais, pelo espírito de unitarismo e união. A norma traz em seu texto o seguinte fragmento: "...manter a unidade e fortalecer os laços fraternais que ligam os componentes dessa categoria profissional em todo o País". De forma simples, isso pode ser traduzido no sentimento de solidariedade, refletido na forma de acolher o próximo, seja nas questões de trabalho, seja nos gestos de amizade, independente da relação tempo-espaço.

É importante frisar que, apesar de o princípio normativo consagrar a data somente em 1964, bancários paulistas, em 1951, já abriam precedente. Decidida em assembléia geral, a primeira grande greve paralisou as atividades do setor exatamente no dia 28 de Agosto e durou 69 dias. Na ocasião, eram reivindicados salário mínimo profissional, bem como o reajuste salarial de 40%, piso e adicional por tempo de serviço. Apesar de não terem conseguido a aprovação de todas as reivindicações, é inegável que o fato é uma conquista extremamente relevante no que se refere à imposição dos ideários de classe e, sobretudo, a força da categoria.

Os trabalhadores são chamados a assumir um posicionamento questionador e atuante, pelos seus direitos e por qualidade de vida. Então, estão sempre imbuídos do desejo de fortalecer a constante e incansável luta por democracia plena, que os dignifique enquanto seres humanos na sua essência, sem se intimidar jamais. Essa reflexão, certamente, é um dos caminhos pelos quais se encontram razões pelas quais lutar, quer seja a resistência à opressão diante dos patrões, a necessidade de melhores condições de trabalho ou qualquer aspecto que reflita suas necessidades enquanto bancários, enfim, enquanto trabalhadores.

Como fruto dessas batalhas, podem-se destacar, esse ano, a conquista dos trabalhadores bancários do Maranhão, onde o Dia do Bancário será comemorado com feriado. Assim, ele se junta ao Piauí e à Paraíba, locais em que já é feriado oficial.

Contudo, há muito ainda a ser conquistado. Apontamentos recentes transparecem um cenário que já se arrasta há um bom tempo: apesar de estar em terceiro lugar no ranking das instituições mais lucrativas do mundo, paradoxalmente, as organizações financeiras não investem de forma satisfatória no ambiente bancário e nos seus funcionários. As instalações são, muitas vezes, mal-estruturadas, expondo os trabalhadores e clientes a riscos, e possuem sistemas tecnológicos falhos e inseguros. Além disso, o número de demissões aumentou significativamente nos últimos 12 meses. Todos esses fatores negativos colocam o Brasil, quando o quesito é ineficiência, no topo da lista, de acordo com o Sindicato dos Bancários da Bahia (Seeb- BA).

Existem motivos para comemorar. Porém, muito mais para lutar! A realidade salarial aviltada em descompasso com os lucros astronômicos dos bancos; a prática de assédio moral e a pressão não apenas para o atingimento das metas e sim para ultrapassá-las, que leva a constante adoecimento e ao trabalho gratuito; o acúmulo de perdas salariais; a falta de isonomia e de uma política de recursos humanos que faça jus ao nome expressam a necessidade permanente da luta.

O Sindicato dos Bancários de Garanhuns e Região acredita na força da classe bancária e, por essa razão, continua trabalhando diariamente, com autonomia e determinação, crente em dias melhores que, certamente, virão, frutos da luta coletiva e da união dos trabalhadores.

Viva o Dia do Bancário!!!
0
0
0
s2sdefault