Aconteceu ontem (03) a terceira rodada de negociações com a FENABAN, ainda com foco nas cláusulas sociais.

O primeiro tema abordado hoje foi sobre abono de faltas à estudantes e ausências legais onde os representantes dos bancários pediram aumento dos dias e a FENABAN se comprometeu em avaliar. Outro tema discutido foi Licença Maternidade onde os bancários pediram que a redação seja mudada e onde consta 120 dias passe a constar 180 dias, a FENABAN negou alegando que concede e paga os 120 dias legais e que os demais são por conta do Estado, que se trata de um incentivo e que pode inclusive acabar de uma hora para outra, sendo assim, negou a mudança de redação. No tema Abono Assiduidade, os bancários pediram cinco dias ao ano, o que foi negado pela FENABAN que respondeu: "os empregados são contratados para trabalhar o mês inteiro, tenha ele 30 ou 31 dias".

No debate da cláusula 58 - Cédulas Falsas, os bancários pediram mais investimentos em tecnologia na identificação das notas falsas para que os bancários trabalhem com mais tranquilidade. Outro assunto, que foi negado pela entidade patronal foi o Fundo de Assistência o qual reivindicamos o valor de R$20.720 pois muitos bancários, por exemplo, sofrem sérios probmeas com enchentes e outros danos causados pela natureza, os representantes dos bancos alegaram que isso é responsabilidade do Estado e a Convenção Coletiva de trabalho não pode estabelecer princípios, igualmente negado também foi o pedido de concessão dos auxílios refeição e alimentação aos empregados demitidos por um tempo proporcional ao tempo trabalhado.

Outro tema que muito preocupa os representantes da classe são as demissões imotivadas e foi solicitado aos representantes dos bancos a formalização de um compromisso para que não aconteçam tais demissões durante a vigência da Convenção, mas no tema a FENABAN alegou que não pode arcar com essa responsabilidade e muitos fatores à influenciam como principalmente a competitividade entre os bancos, o Movimento Sindical pediu aos bancos uma discussão maior ao tema demissões pois muitas delas são totalmente imotivadas. Mais dois temas polêmicos debatidos no dia de hoje foram as terceirizações e os correspondentes bancários.

O Movimento Sindical criticou muito ambos alegando que as áreas de serviços nos bancos estão acabando, a FENABAN procurou se defender à todo custo mas realmente não convenceu no debate do tema, suas alegações versaram sobre a economia não precisar tanto de dinheiro vivo nas transações atualmente e os representantes do funcionalismo deixaram muito clara sua preocupação e repúdio com a constante diminuição das áreas de caixa e serviços no geral, já os sindicalistas deixaram claro seu propósito de ampliar a discussão do tema pela via negocial mas não descartaram a via judicial o que deixo a entidade patronal visivelmente preocupada.

Outro argumento muito usado pela entidade patronal nas negociações de hoje foi a impossibilidade de sequer analisar algumas reivindicações como por exemplo gratificações semestrais, auxílio para despesas com veículos e auxílio graduação alegando que as mesmas são tratadas individualmente em cada banco conforme a política interna de cada um não cabendo interferência da FENABAN nesses casos. Também não tiveram avanço algumas cláusulas que, segundo a entidade patronal, só serão discutidas junto com as cláusulas econômicas como gratificação por tempo de serviço, auxílio transferência entre outras também de cunho econômico.

Os últimos temas discutidos na rodada de hoje foram o Programa de Preparação para a Aposentadoria destinado à orientação e informação aos empregados em fase de pré-aposentadoria com vistas a favorecer o processo de adaptação, no tema a FENABAN respondeu que tem um estudo sobre o assunto o qual gostaria de apresentar e discutir na comissão temática correspondente, a Proibição da Guarda de Chaves e Acionadores de Alarme onde a representação sindical demonstrou muita preocupação com os frequentes sequestros de bancários que acontecem por todo o país pedindo à FENABAN que sejam aprofundadas as discussões que visam preservar a segurança dos bancários.

Quanto ao plano de Cargos e Salários, tema o qual a Entidade Patronal disse também se tratar de algo muito específico à cada banco e mencionou que o tema nem deveria constar das Convenções Coletivas de Trabalho, o movimento sindical rebateu pedindo que a criação de um sistema de valorização e crescimento na carreira por mérito e também por tempo na função.

No encerramento da rodada de ontem, os representantes dos bancários enfatizaram que o tema Condições de Trabalho deve voltar à pauta nos próximos encontros tanto pela sua relevância quando pela precariedade das condições atualmente.

Para Gladir Basso, presidente da Federação dos Bancários do Paraná a rodada de hoje trouxe poucos avanços mas, ao contrário da anterior, foi um pouco mais produtiva no que tange ao número de cláusulas discutidas. Gladir considera que mesmo não havendo avanços significativos os representes dos empregados estão bastante focados nas reivindicações e cobram permanentemente da entidade patronal o que causa frequentes acaloramentos nas discussões e conclama a categoria para se manter atenta e mobilizada acompanhando as negociações.

Nova rodada foi marcada para o próxima dia 10 de setembro - quarta-feira - à partir das 09h00.
0
0
0
s2sdefault