Os bancos são os únicos causadores da greve. O movimento sindical lembra que em nenhum país do mundo os bancos alcançaram uma lucratividade tão imoral quanto no Brasil. E que isto só foi conseguido com a imposição da exploração e adoecimento dos bancários, através das demissões em massa, sobrecarga de trabalho e o assédio moral ligado às metas abusivas de venda de produtos.

Em razão disso, 18,6 mil bancários doentes foram afastados do trabalho pelo INSS em 2013 (aumento de 41% em relação aos últimos cinco anos), mais da metade dos quais com diagnóstico de transtornos mentais e do sistema nervoso - doenças que cresceram 64,3% desde 2008. "Temos que exigir responsabilidade social dos banqueiros, o que significa a inclusão de itens do acordo que ponham fim a esta política desumana de exploração. Exploração que também é feita sobre toda a sociedade, com a imposição de juros escorchantes e tarifas indecentes", afirmou.

Somente os seis maiores bancos (Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander e HSBC) tiveram lucro líquido de R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$ 28,5 bilhões no primeiro semestre deste ano. Somados, estes bancos detêm mais de 85% dos ativos do sistema financeiro e empregam mais de 90% dos bancários.

As principais reivindicações
Os bancários reivindicam reajuste salarial de 12,5%, piso salarial de R$ 2.979,25, PLR de três salários mais parcela adicional de R$ 6.247, 14º salário, vales alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 724 ao mês (salário mínimo nacional), gratificação de caixa de R$ 1.042,74, gratificação de função correspondente a 70% do salário do cargo efetivo, vale-cultura de R$ 112,50 para todos, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, isonomia de direitos para afastados por motivo de saúde, manutenção dos planos de saúde na aposentadoria, fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas como determina a Convenção 158 da OIT, aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações, Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários, entre outros itens.

No último sábado (27), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu aos bancários reajuste de 7,35% (0,94% de aumento real), aumento de 8% nos pisos, PLR de 90% do salário mais R$ 1.818,51, limitado a R$ 9.755,42. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 21.461,91, PLR parcela adicional - 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.637,02, auxílio-refeição - R$ 24,88, auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta - R$ 426,60, auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) - R$ 355,02. É muito pouco para quem ganha tanto dinheiro.
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