A mobilização dos bancários fez com que a federação dos bancos apresentasse uma nova proposta para a Campanha Nacional 2014. Em rodada de negociação convocada para a sexta-feira 3, a Fenaban apresentou índice de reajuste para salários, PLR, vale-alimentação e auxílios de 8,5% (aumento real de 2,02%). Para o piso, 9% (ganho real de 2,5%). A proposta para o vale-refeição é de reajuste de 12,2%, o que significa 5,5% de aumento real, elevando o valor dos atuais R$ 23,18 para R$ 26 ao dia. O vale-alimentação passaria de R$ 397,36 ao mês para R$ 431,16, mesmo valor da 13ª cesta. VR e VA somados passam a R$ 1.003,16. Todos os valores têm de ser pagos retroativos a 1º de setembro, data base da categoria.

Esteviveram presentes as negociações com a Fenaban, Banco do Brasil e Caixa, o presidente da Federação e do Sindicato dos Bancários de Cascavel e Região, Gladir Basso, acompanhado dos dirigentes, Gilberto Lopez Leite, Presidente do Sindicato dos Bancários de Ponta Grossa, Claudecir de Oliveira Souza e Carlos Roberto Rodrigues, presidente e vice do Sindicato dos Bancários de Maringá.

A greve continua da segunda-feira (6), a Comissão Executiva Bancária Nacional de Negociação - CEBNN/CONTEC, recomenda que a nova contraproposta da Fenaban seja submetida ás assembleias das bases de cada sindicato para avaliação na segunda-feira (6), no final do dia ou na terça-feira (7), pela manhã.

É o maior ganho real não escalonado desde 1995 –, valorização do piso, da PLR, além de um reajuste expressivo para o vale-refeição. Também foi conseguido alguns avanços importantes em questões de saúde e condições de trabalho, além do não desconto dos dias parados.

Destaca-se, ainda, que nos bancos públicos o reajuste maior no piso vai ter reflexo em toda curva salarial, também conquistamos cláusula contra metas na Convenção Coletiva de Trabalho

PLR
A Participação nos Lucros e Resultados (PLR) ficaria em 90% do salário reajustado em 8,5% mais valor fixo de R$ 1.837,99, limitado ao valor de R$ 9.859,93. Caso o montante distribuído entre os trabalhadores não chegue a 5% do lucro líquido do banco, o valor será aumentado até atingir esse percentual ou 2,2 salários do empregado (o que chegar primeiro), com teto de R$ 21.691,82.

Adicional
A parcela adicional foi mantida em 2,2% do lucro líquido dividido igualmente entre todos os funcionários, até o limite individual de R$ 3.675,98.

Antecipação da PLR
Caso a proposta seja aprovada pelos trabalhadores, a primeira parcela será paga até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva e a segunda até 2 de março de 2015. Na regra básica o valor será de 54% do salário mais fixo de R$ 1.102,79, limitado a R$ 5.915,95 e ao teto de 12,8% do lucro líquido.

Na antecipação da parcela adicional seria pago 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2014, limitado a R$ 1.837,99.

HSBC
O HSBC, que teve prejuízo no primeiro semestre de 2014, apresentou proposta de pagar R$ 3 mil de participação nos resultados do trabalho para os funcionários: R$ 2 mil seriam pagos agora, junto com a antecipação da PLR dos demais bancários, e outros R$ 1 mil em fevereiro de 2015.

Dias parados
A Comissão Nacional dos Bancários conseguiu garantir que não haja desconto dos dias parados. Para quem tem jornada de seis horas, seria compensada uma hora por dia de 15 a 31 de outubro. Para os que trabalham oito horas, compensação de uma hora por dia entre 15 de outubro e 7 de novembro. Isso significa que mais da metade das horas paradas serão anistiadas.

Metas
Os bancos se comprometeram a incluir na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) uma cláusula que prevê que o monitoramento de resultados – o nome que dão para a cobrança por metas – será feito com equilíbrio, respeito e de forma positiva para prevenir conflitos nas relações de trabalho. Caso isso não aconteça, deverá ser denunciado ao Sindicato via instrumento de combate ao assédio moral e agora às metas abusivas.

CPA 10 e 20
Os bancos aceitaram custear os exames de CPA 10 e CPA 20, desde que sendo exigido pelas instituições financeiras e se o bancário for aprovado. O pagamento não será feito para todas as tentativas, caso o trabalhador não passe.

13º para afastados
O pagamento do adiantamento do 13º salário na complementação salarial dos trabalhadores afastados por doença ou acidente de trabalho foi outra reivindicação aceita pela Fenaban.

Reabilitação
Será feita uma mudança de redação na cláusula 44 da CCT, que fala em reabilitação profissional e deverá tratar da questão no retorno ao trabalho. A Fenaban também aceitou fazer o debate dos moldes como é feita essa reabilitação, com detecção precoce do problema e realocação no trabalho se necessário. E discutirão com o movimento sindical, por banco, os programas colocados em prática quando do retorno do bancário ao trabalho – quem já tem o programa, deverá adaptá-lo à nova cláusula. Quem não tem, só poderá fazê-lo de acordo com essas mudanças e de acordo com os sindicatos.

Aceitaram, ainda, debater com o movimento sindical o acordo que será fechado com o INSS, antes de apresentá-lo ao órgão, a respeito da reabilitação nos termos da lei.

Cobrança por celular
Os bancos não podem usar o celular particular dos bancários para enviar mensagens. A cláusula da CCT que prevê esse direito será aprimorada para deixar claro que é proibido qualquer tipo de comunicação e pressão, seja via torpedo, WhatsApp ou outra ferramenta tecnológica que venha a surgir.

Grávidas
Mulheres que forem demitidas e que engravidaram durante o aviso prévio proporcional, serão readmitidas. Os bancos se comprometeram a respeitar a garantia de emprego prevista, sem necessidade de a trabalhadora ter de acionar a Justiça.

Homoafetivos
A opção pela extensão de direitos como o plano de saúde aos casais homoafetivos será feita diretamente aos departamentos de RH ou Gestão de Pessoas e não no local de trabalho. O objetivo é evitar qualquer tipo de constrangimento a quem quiser fazer uso dessa conquista e preservar o trabalhador postulante. A Fenaban se comprometeu, ainda, a divulgar mais esse direito entre os bancários.

Segurança
A Fenaban propôs colocar em prática mais dois projetos piloto: um em região indicada pelo Comando Nacional dos Bancários e outro pelos bancos. A Comissão está avaliando essa proposta.

Tecnologia
A Fenaban se comprometeu a realizar, periodicamente, seminários para debater as novas tecnologias no trabalho bancário.
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