A percepção do brasileiro sobre a inflação nos próximos 12 meses piorou em outubro, voltando ao patamar observado em abril, o mais alto desde novembro de 2005.

O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores, apurado pela Fundação Getulio Vargas, chegou a 7,5% neste mês, ante 7,3% em setembro. Em novembro de 2005, havia sido de 7,8%.

"O aumento das expectativas de inflação futura pelos consumidores advém possivelmente da percepção de aceleração recente da inflação, que se mantém pressionada, principalmente pelo grupo alimentação", disse em nota a economista da FGV/IBRE Viviane Bittencourt.

Nos últimos meses, de acordo com a FGV, houve queda nas citações de taxas inferiores, como 6% ou 6,5%, e aumento da incidência de valores mais altos, como 7% e 8%.

IPCA

O IPCA, indicador oficial de inflação do país, voltou a acelerar em setembro, após arrefecer nos meses anteriores. Depois de ficar em 0,01% em julho, o indicador subiu a 0,25% em agosto e a 0,57% em setembro.

No mês passado, o IPCA acumulado em 12 meses voltou a superar o teto da meta do governo (6,50%), com uma taxa de 6,75% –até agosto, praticamente empatava em 6,51%. A taxa é a maior desde outubro de 2011 (6,97%).

A alimentação foi a principal responsável pelo resultado de setembro, com alta de 0,78%. No acumulado em 12 meses, o grupo somou avanço de 8,21%.

O segmento subiu puxado pela carne, que avançou 3,17% por causa da estiagem em algumas regiões do país e uma saída maior do produto para exportação. Após a divulgação dos dados, o Ministério da Fazenda recomendou que os brasileiros reduzissem o consumo do produto, substituindo-o por opções mais baratas.

"Os consumidores precisam pensar assim: quando o tomate está em deflação, ele é um bom produto a ser adquirido nesse momento. Assim como a carne bovina, que está em alta, é recomendável migrar para outros produtos que substituam a proteína, importante na dieta cotidiana", afirmou então o secretário de Política Econômica, Márcio Holland.

De acordo com o boletim Focus, divulgado na segunda-feira (20) pelo Banco Central, analistas do mercado esperam que o indicador feche este ano em 6,45% e 2015 em 6,3%. (Fonte: Folha.com)
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