Donos de uma montanha de dinheiro no valor de R$ 702,3 bilhões, os fundos de pensão terão papel estratégico no próximo governo. Não apenas porque serão os principais financiadores dos projetos de infraestrutura do país e acomodarão aliados políticos que darão suporte ao futuro administrador do Brasil, mas também porque possuem um enorme poder de influência em empresas estratégicas para a economia do país.

Os cargos de direção das fundações são tão relevantes que, em alguns casos, dão mais projeção do que o posto de ministro. As oito maiores entidades fechadas de previdência complementar de estatais têm quase metade desse patrimônio — R$ 346 bilhões. Nelas, existem 70 vagas de diretores e conselheiros, que são indicados pelas patrocinadoras com o aval do Palácio do Planalto. Todos poderão ser substituídos nos próximos dois anos.

Além de interferir diretamente na gestão dos fundos, o governo dá palpites na escolha dos representantes das fundações nas companhias em que elas têm participações acionárias. Apenas as três maiores entidades de previdência complementar de estatais — Previ, dos funcionários do Banco do Brasil (BB); Funcef, da Caixa Econômica Federal; e Petros, da Petrobras — detêm ao menos 321 assentos em conselhos fiscais e de administração de empresas privadas de vulto, como Vale, Embraer, Ambev, Brasil Foods e Oi.

Influência
À frente do maior fundo de pensão da América Latina, com R$ 173 bilhões em ativos, o presidente da Previ, Dan Conrado, acumula também o comando do conselho de administração da Vale, uma das maiores mineradoras do mundo. Conrado, dois diretores e cinco conselheiros, todos indicados pelo Banco do Brasil, ainda têm influência na gestão de pelo menos 65 empresas das quais a Previ é acionista. Ao lado de três diretores e cinco conselheiros eleitos pelos participantes do fundo, eles têm direito de indicar os ocupantes de 222 assentos nos conselhos fiscais e de administração dessas companhias. (Fonte: Correio Braziliense)
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