"É duro, meu amigo, muito duro." Sindicalista há 35 anos, fundador e ex­presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), o deputado Vicentinho (PT­SP) segura os braços do repórter para tentar expressar com mais ênfase o que diz ter sentido.

Ex­metalúrgico e um dos principais nomes do sindicalismo do ABC paulista, o mesmo berço de onde saiu o ex­presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado viveu recentemente seu dia de patrão e promoveu um ajuste fiscal no "chão de fábrica" que comandou até esta quarta (4), a Liderança do PT na Câmara.

O drama de Vicentinho começou nas urnas. Dono de uma bancada de 87 cadeiras desde 2011, o PT só elegeu 69 deputados em outubro.

Com isso, viu ir pelo ralo parte da verba para contratação de assessores para a liderança da sigla, onde atuam mais de cem funcionários. Na ponta do lápis, 22 teriam que ir para a rua. "Não queria terminar minha gestão assim, mas seria uma covardia passar essa tarefa para meu sucessor", disse ele, que nesta quarta transmitiu o cargo a Sibá Machado (AC).

Entre a degola e o arrocho, optou­se pela segunda saída. Vários dos funcionários petistas tiveram o salário reduzido para se adequar aos tempos de vacas magras. Mesmo assim, sobrou o pior para dois jovens, solteiros, que "se Deus quiser ainda vão dar muitos outros passos na vida", nas palavras de Vicentinho.

"Nem quis saber quem era, não conseguia olhar para as pessoas." (Fonte: Folha.com)
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