O desemprego atingiu em cheio as mulheres, jovens e com escolaridade de até 10 anos neste início de ano, segundo a PME (Pesquisa Mensal do Emprego) divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) relativa ao mês de janeiro de 2016. Em relação a janeiro de 2015, a pesquisa revela que a taxa de desocupação entre elas passou de 6% para 8,2% em janeiro de 2016. Entre os homens, a variação foi de 4,6% para 7% na taxa de desocupação no mesmo período. Os dados do IBGE mostram ainda que o desemprego, embora esteja pulverizado, é maior entre os jovens de 18 a 24 anos do que em outras faixas etárias. A taxa de desocupação entre a população com essa idade alcançou 18,9% em janeiro, ante 16,5% em dezembro. No primeiro mês do ano passado, a taxa de desemprego nessa faixa etária era de 12,9%. “Ainda que o contingente de pessoas desocupadas esteja caindo, a proporção de desocupados na sua própria população, na sua faixa etária, está crescendo”, disse Adriana Beringuy, gerente da PME. Quanto à educação, o crescimento da taxa de desocupação foi mais intenso entre aqueles que apresentam entre 8 e 10 anos de formação. O avanço foi de 3,2 pontos percentuais, Entre eles, a taxa de desocupação chegou a 10,3%. Em seguida estão os que têm onze anos ou mais de formação, a taxa passou de 5,1% para 7,3%. A gerente da pesquisa do IBGE, Adriana Beringuy, afirmou que, apesar disso, investir em mais escolaridade ainda é o que garante melhor inserção no mercado de trabalho, bem como melhores rendimentos. Por outro lado, os menos escolarizados entram mais rapidamente na informalidade para garantir renda. “Essas pessoas com menor instrução normalmente podem estar em atividade como construção e serviços domésticos e transitam muito mais”, afirmou. A PME, do IBGE, é uma pesquisa realizada em seis capitais e suas regiões metropolitanas (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Salvador). Por meio de uma pesquisa sobre quem procurou alguma ocupação nos últimos 30 dias, o instituto traça um quadro da situação do mercado de trabalho. Independente do gênero ou da faixa etária, o desemprego cresceu de forma geral na passagem de dezembro para janeiro, passou de 6,9% para 7,6%. O especialista em mercado de trabalho e ex-diretor da área de estatística do Ministério do Trabalho, Rodolfo Torelly, lembra que o fechamento de postos de trabalho se deu principalmente entre os empregados do setor privado, com e sem carteira de trabalho. “ (São) quase 90% das pessoas que perderam emprego nos últimos 12 meses”, disse. Para ele, a tendência é de alta da taxa de desocupação nos próximos meses. Isso, porque, os dados divulgados pelo IBGE mostram que 643 mil pessoas perderam emprego no último ano, mas que 562 mil figuram como desocupadas. “Eu tenho certeza que o Caged de janeiro é negativo, resta saber quanto”, disse o especialista. O Caged é o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, que mostra as contratações e demissões de empregados com carteira assinada, e os números de janeiro serão divulgados pelo ministério do Trabalho nesta sexta-feira (26). Para a gerente da PME, Adriana Beringuy chamou ainda atenção o número de trabalhadores procurando emprego. Na passagem de dezembro para janeiro avançou 8,4%, mas nos últimos 12 meses o crescimento foi mais expressivo. “A procura por trabalho em janeiro de 2016 é 42% maior do que era em janeiro de 2015”. Para ela, se trata tanto de uma questão sazonal – passada as festas de fim de ano, as pessoas voltam a procurar trabalho – mas também está ligado ao aumento do desemprego observado ao longo do último ano. (Fonte: Fato On Line)
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